Eis nosso relatório final do projeto Meu Ventre é Meu Templo apoiado pelo Fundo Social Elas.
XIII CONCURSO DE PROJETOS DO FUNDO ELAS
Autonomia Sexual: Fundo de Direitos Sexuais e Reprodutivos
QUESTIONÁRIO FINAL DE AVALIAÇÃO – CARTA 2
SOBRE A ORGANIZAÇÃO:
1. Nome da organização: | Casa 8 de Março/ Organização Feminista do Tocantins GMEL/ Grupo Feminista Mulher, Ética e Libertação |
2. Dados de contato: | |
Endereço completo: 305 norte, alameda 21, QI 20, lote 10 – Palmas - TO | |
Telefones: (63) 3224-4718 e 9966-6532 | |
E.mail: casadamulher_to@yahoo.com.br, bernadete.gmel@yahoo.com.br | |
Página eletrônica ou blog: www.casaoitodemarco.org.br; www.gmelfeminista.org.br |
3. Nome do projeto: | Meu Ventre é o Meu Templo / MV, MT |
4. Responsável(eis) pelo projeto c/email | Bernadete Aparecida Ferreira – bernadete_ap_ferreira@ibest.com.br Paulina Miranda - paulina.gmel@yahoo.com.br. |
5. Período de execução do projeto analisado neste questionário final: | 1 ano Novembro de 2010 a novembro de 2011. |
6. Cobertura geográfica do projeto: (local onde a organização realizou as atividades do projeto) | |
Nacional: | Brasil, Amazônia oriental. |
Estado: | Tocantins, Pará, Amapá, Maranhão e o estado convidado para o encontro regional: Roraima |
Cidade/Município: | Palmas – TO, Dianópolis, Paraíso, Gurupi, Soure – PA, Macapá, Ferreira Gomes – AP, Pedra Branca do Amapari – AP. |
7. Faça uma reflexão geral sobre o projeto considerando os itens abaixo:
- os ganhos do projeto
- Um levantamento de dados sobre a questão do aborto e prostituição
- A I Marcha da Liberdade realizada
- Um Encontro regional realizado com a parceria do Ministério da Saúde e a parceria e presenças de Organizações da Amazônia Oriental, com uma Rede estabelecida ao final do Encontro regional, com a participação de 50 mulheres, incluindo indígena, quilombola, convidada do GMEL nacional, cidadã posithiva, representante do Estado de Roraima.
- Produtos de natureza educativa e de divulgação: cartilhas e DVD.
- Uma discussão e reflexão muito proveitosa com mulheres que estão ou estiveram em situação de prostituição, educadoras, profissionais da área da saúde, da assistência, da educação e comunicação sobre a questão da prostituição, Direitos Sexuais e Reprodutivos e o aborto, ibi esse tema para o campo da visibilidade.
- as dificuldades encontradas
- Realizar pelo menos uma oficina nos 4 Estados selecionados, Maranhão não realizou sua oficina sobre o tema.
- A questão da comprovação financeira e o retorno dos documentos no prazo e nas condições necessárias
- A conclusão da confecção dos produtos no prazo por causa da precariedade de instituições no local;
- A desistência de Paulina Miranda, uma das coordenadoras do projeto antes da metade do cumprimento do cronograma, restando trabalho para poucas pessoas.
- O Final da construção da hidrelétrica de Estreito e o fechamento de casas de prostituição de Imperatriz – Maranhão onde seriam realizad os levantamentos de dados e a realização de oficina impossibilitaram o cumprimento dessas metas desse Estado.
- resultados alcançados que não foram previstos ou esperados
- A formação da Rede Amazônica de Mulheres “Amazônia Livre” para articular questões referentes ao enfrentamento da prostituição, ao tráfico de seres humanos e exploração sexual – direitos reprodutivos e sexuais.
- Uma efetiva articulação, com dados e elementos positivos de convivência e elos a partir das oficinas.
- A participação de cidadãs posithivas advindas do meio prostitucional e militantes na área de ongs e redes-aids abrindo a possibilidade da formação de rede em Estados que ainda não existem.
- A possibilidade de um projeto interestadual de enfrentamento ao tráfico de mulheres, com o plano de ação já esboçado e a discussão da realização de um Encontro Nacional na região sobre os temas tratados no Encontro regional.
- A participação de liderança indígena e quilombola.
- A participação de mulheres que sairam da situação de prostituição e uma educadora do Estado do Maranhão no Encontro regional mesmo não tendo realizado levantamento de dados e oficina nas áreas propostas pelo projeto.
- O apoio aos Estados que ainda não fizeram seus planos de Enfrentamento à feminização da epidemia da AIDS, compartilhando a experiência dos Estados que já fizeram.
- A possibilidade de relacionar as questões de DDSS & DDRR com outras questões que entrecortam a realidade de vida e trabalho das mulheres em situação de prostituição.
- O levantamto de dados sobre o tema da prostituição e do aborto foi previsto só para o Tocantins, mas realizamos em 3 Estados;
- As oficinas foram previstas para 4 Estados, mas realizamos 4 oficinas em 3 Estados (duas no Amapá).
- eventos externos ao projeto que foram significativos ou influenciaram o seu trabalho
- A parceria com o Ministério da Saúde.
- A presença de artesãs, catadoras e artistas nos encontros, em sinal de solidariedade.
- O Envolvimento de costureiras e artesãs Da Casa Oito de Março e do GMEL na confecção dos materiais de divulgação como bolsas e camisetas.
- A extrema organização, mística e participação do Encontro regional envolvendo pessoas de todos os Estados presentes.
- A presença de representante do GMEL de outro regional no Encontro Regional.
- A Colaboração da jornalista assessora da Casa Oito de Março.
- A colaboração da Articulação de Mulheres do Amapá.
- A colaboração das Secretarias municipal e estadual de saúde do Tocantins.
- as principais lições aprendidas
- A capacidade de lutar das mulheres em situação de prostituição, sua disciplina e capacidade de participação e multiplicação;
- Devemos nos preocupar muito com as crianças e adolescentes, como estão vivenciando seus direitos sexuais e reprodutivos, pois em nossa região a vivencia da sexualidade com reprodução, aborto e/ou exploração sexual é elevada. Assim, políticas públicas de prevenção são muito necessárias assim como o conhecimento dos direitos.
- É possível nos articularmos e ampliarmos o alcance de nossas engrenagens para o trabalho educativo, político e pedagógico no campo da luta contra a estigmatização e criminalização de jovens e mulheres que abortam e ainda se prostituem tanto na Amazônia quanto em todo o Brasi
- mudanças que julga possam acontecer no próximo ano como resultado do trabalho realizado no projeto a
- Debates sobre o tema da prostituição, DDSS/DDRR e aborto em outros espaços;
- Utilização dos materiais educativos e de divulgação produzidos entre a mulheres que estão na prostituição, mas também as que são educadoras, estudantes, profissionais das equipes multidisciplinares etc.
- Ampliação da nossa rede, fortelecendo ações em Roraima e iniciando ações em Amazonas.
- Como o trabalho realizado contribuiu para a sua organização alcançar as suas metas
- Dando visibilidade a uma problemática que faz parte da missão do GMEL e da Casa Oito de Março que é discutir e propor ações e articulações éticas no enfrentamento à exploração sexual comercial de meninas e mulheres e a questão do aborto;
- Oferecendo a condição de nos fortalecermos como Organização Feminista na Amazônia Legal, com a possibilidade de contribuir mais para a articulação dos Estados da região Amazônica discutindo e refletindo sobre temas que atingem as mulheres, sua emancipação, suas chances de igualdade e de uma vida longe da violência;
- Dando-nos a chance de melhorar nossa capacidade de incidência política e a qualidade de nossas intervenç
8. Objetivos gerais e específicos
Por favor preeencha o quadro comparativo:
Objetivos previstos na proposta | Objetivos efetivamente alcançados |
- Levantamento da questão do aborto e prostituição no Estado do Tocantins - Formação sobre o tema de saúde sexual e reprodutiva e aborto em 4 Estados da Amazônia Oriental, por meio da realização de 4 oficinas (uma em cada estado). - Formação e articulação ampliadas por meio da realização do Encontro regional sobre saúde sexual e reprodutiva das mulheres em situação de prostituição com foco no aborto. - Divulgação da temática, da Rede formada e dos resultados do projeto pela produção de material educativo sobre os temas: cartilhas, camisetas, DVD. - | - Levantamentos de dados realizados no Estado do Tocantins, Ilha do Marajó – Soure, Amapá (3 regiões) - 4 oficinas realizadas em 3 Estados (TO, PA, AP). - Encontro regional realizado em julho de 2011, em Palmas – To, ampliando a articulação regional e fortalecendo as ações educativas e de formação, com a participação, inclusive, de representante do Minist.ério da Saúde, área de Direitos Humanos e prostituição - Materiais de divulgação e educação produzidos, mas ainda não lançados. - Possibilidade e ampliação das articulações, incidências políticas e mobilizações pela formação da RAMAL. |
9. Atividades e público beneficiado
Por favor, liste todas as atividades desenvolvidas no projeto. Coloque o título, local, data, público beneficiado pela atividade e quantidade. E inclua uma descrição de no máximo 6 linhas sobre cada atividade.
a) Levantamentos de dados:
95 mulheres em situação de prostituição, respoderam a questionários no Estado do Tocantins, Soure – Marajó, Macapá, Ferreira Gomes e Pedra Branca do Amapari no Amapá. Dados apresentados no Encontro regional e coletados de novembro de 2010 a outubro de 2011. Início de levantamentos dados e
b) Relização de oficinas com educadoras, lideranças, feministas, trabalhadoras da área da saúde e mulheres em situação, com cerca de 100 mulheres, nos Estados do Pará, Tocantins e Amapá entre junho e outubro de 2011 e Início de sensibilização para realização de oficina em Roraima.
c) Contatos telefônicos, viagens e por e-mail constantes entre as lideranças e organizações de cinco estados.
d) Definição de artes e planos de confecção de cartilhas, camisetas e DVD com resultado do Encontro regional e apresentação de material educativo.
Camisetas - 80, cartilhas – 2000, DVD – 350, relatórios – 100 (Pela Vida, Por Todas – Meu Ventre, Meu Templo).
e) Organização e realização de um Encontro regional sobre saúde sexual e reprodutiva de mulheres em situação de prostituição com foco no aborto, de 22 a 24 de julho de 2011, com a participação de cerca de 50 mulheres, entre mulheres em situação, ex, cidadãs posithivas, índia, quilombola, negras, educadoras sociais, profissionais da saúde, artista, catadora, artesãs, no Hotel Turim, em Palmas – Tocantins.
f) Lançamento de cartilhas e DVD´s alusivos a atividades educativas do projeto Meu Ventre é Meu Tempo, apoiado pelo Fundo Social Elas (previsto para dezembro de 2011). Público a ser beneficiado: associadas e associados de Organizações afins, mulheres em situação de prostituição, educadoras sociais, estudantes, militantes dos movimentos sociais, feministas, pesquisadoras, Órgão executores de políticas públicas, conselhos, organizações populares e comunitárias. Mínimo de 3.000 pessoas.
g) Ampliação das parcerias: com a PMM (Pastoral da Mulher Marginalizada) - nordeste, com a PMM norte, com o GMEL – Maranhão e SP, com o Ministério da Saúde e com as secretarias municipal e estadual de saúde, com Empresas populares de comunicação e outros movimentos sociais como o MAB, movimento de catadores e economia solidária
Por favor preencha o quadro comparativo:
Atividades previstas na proposta | Atividades realizadas |
Levantamento de dados no Estado do TO, realização de 4 oficinas em 4 Estados da A.Or.; Organização e realização de um Encontro regional; produção e lançamento de materiais educativos e de divulgação do projeto MV, MT. | - Todas as atividades previstas foram realizadas e extrapoladas, menos a oficina do Estado do Maranhão e o lançamento dos materiais. |
10. Que documentos e/ou materiais foram produzidos para o projeto?
( x ) produtos metodológicos de discussão,
( x ) dados estatísticos,
(x ) panfletos/folder,
( x ) fotografias,
( ) jornais e revistas,
( x ) videos
( x ) cartazes
( ) site
( ) blog
( x ) Outros. Quais: cartilhas, banners.
Beneficiárias/os do projeto – Quantitativo geral
11.a Nº de beneficiárias diretas
Mulheres adultas Mulheres jovens Meninas TOTAL
120 120 3 243
11.b Nº de beneficiárias/os indiretos
Família Amigas/os Comunidade TOTAL
240 120 3.000 3.360
12. As participantes e/ou beneficiárias do projeto fizeram algum tipo de avaliação? Coloque aqui pelo menos 3 depoimentos.
- Depoimento da indígena Marineide Makuxi – Roraima: Esse trabalho foi muito importante porque trouxe para nós a necessidade de fazer o levantamento de dados tanto entre as índias das aldeias quanto das áreas urbanas, que são muitas, e estão vulneráveis à prostituição e ao aborto em Roraima.
- Depoimento de Ritinha Lopes do Amapá: Foi muito importante um projeto que não se preocupou em fazer ações e colocar recursos em apenas um Estado; as mulheres precisam ter informações de saúde e lutar pelo aborto legal nessa Amazônia que é imensa e cheia de problemas.
- Depoimento de Jacqueline Barros – de Timon – Maranhão: o projeto é bom para articular, para as mulheres terem a oportunidade de falar, trazerem seus conhecimento e compartilhar conhecimentos e foi bom o encontro, a troca de experiências entre mulheres de várias localidades e espaços.
14. Que alianças fizeram em função do projeto apoiado? Indique apenas novas parcerias estabelecidas entre a organização (e outros grupos ou organizações da sociedade civil, com os meios de comunicação, com o governo etc.
Por favor responda preenchendo a tabela seguinte (acrescente as linhas que necessitar):
Nome do/a aliado/a | Está vinculado ao movimento social? (Marque com X) | Tipo de aliado/a (Marque com X) | Mencione o motivo, o porquê da aliança | Nível de ação da aliança (Marque com X) | |||||
Sim | Não | Organização da sociedade civil | Organismo de governo | Meio de comunicação | Local | Nacional | Inter-nacional | ||
Ministério da Saúde | x | x | Tratar de saúde sexual e reprodutiva, as DST-AIDS e a feminização da epidemia da AIDS | X – regional | |||||
AMA – Articulação de Mulheres do AMAPÁ | x | Fortalecer as alianças no enfrentamento às problemáticas da prostituição e do tráfico de mulheres na Amazônia e fortalecer a aliança feminista na luta pelo aborto legal e seguro no Brasil | X – regional | ||||||
15. O apoio ao projeto de sua organização proporcionou maior articulação com as demais organizações de mulheres e feministas em torno da temática do aborto legal e seguro no Brasil?
( x ) Sim ( ) Não
Por favor comente a resposta:
Sim, Entidades feministas tomaram conhecimento da aprovação desse projeto e a AMA – Articulação de Mulheres do AMAPÁ, articulada com a Articulação de Mulheres Brasileiras, participou ativamente do projeto no Estado do Amapá e e no Encontro regional no Tocantins.
16. Consideram que as alianças formadas fortalecem a luta pelo aborto legal e seguro no Brasil?
( x ) Sim ( ) Não
Por favor comente a resposta:
As alianças e os dados levantados, assim como os produtos educativos do projeto fortalecem a articulação e a aliança no sentido da luta pelo aborto legal e seguro no Brasil reafirmando e enfatizando que o público duplamente vulnerabilizado e clandestino do projeto MV, MT, as mulheres em situação de prostituição, pedem e comprovam a necessidade de serviços públicos, legais e gratuitos nesse intuito e que uma pesquisa completa no Brasil fortaleceria ainda mais essa aliança, assim como a aliança pela vivência dos direitos sexuas e reprodutivos, sem violência e com saúde.
17. A partir da realização desse projeto e considerando a área onde o projeto foi desenvolvido, poderiam compartilhar a perspectiva da sua organização (ou alguma mudança na perspectiva) na questão do aborto?
Nossa perspectiva é contribuir para a luta entre o público do meio prostitucional, sobre o tema do aborto, em todo o Brasil, com o apoio da Casa 8 de Março e GMEL – Grupo Mulher, Ética e Libertação e parcerias ampliadas com o Ministério da Saúde, áreas técnicas da mulher e Coordenações de Direitos Humanos e DST-AIDS e Hepatites virais.
18. Neste espaço fique a vontade para incluir (ou não) alguma informação que tenha ficado de fora do questionário, comentários gerais, critícas e sugestões ao Fundo Elas etc.